segunda-feira, 15 de abril de 2024

Aventureiros Lino e Lina.

 


Botando a cabeça parafuncionar é a BC da Chica de todos os dias 5, 15 e 25 para uma imagem escolhida para inspirações livres e ou comentários no seu blog chicabrincadepoesia. Vamos lá comentar e ler os amigos com links. Abaixo a imagem e meu olhar.


Esta é a história de Lino e Lina dois ursinhos travessos, que saíram furtivamente para passeio nas redondezas da estancia, mas acabaram se perdendo do caminho de volta. Perambularam até avistarem uma linda fazenda com chaminé ativo.

A fome era grande, a fumaça era sinal de fogão aceso. Receosos se aproximaram e perceberam, que havia festa de casamento. Curiosos chegaram mais perto, que notados pelo segurança, que pegou Lina pela orelha e levou um chute de Lino. Segurança achou lindo o amor deles e tratou de dar amparo a eles.    

Na festa o pessoal se encantou o casal de ursinhos, que foram servidos fartamente. Então entraram na dança chamando a atenção dos presentes, que tiravam fotos e faziam filmes para redes sociais. E foi assim os donos os viram numa certa rede social e foram ao encalço.

Quando a tarde caia na serra, os pais chegaram na tal fazenda a procura do casal, que alegres saltitaram em ver seus donos. Sabiam que eram amados por eles. Na volta para casa, ouviram sermões e puxões de orelhas, para nunca se afastarem da estancia.

No outro fim de semana lá estava Lino e Lina com mochilas, para outra aventura. Agora de bussola e GPS foram refrescar na Cachoeira Encantada. Lá viveram horas maravilhosas num piquenique. Fizeram juras de união estável e felizes de volta a estancia, chegaram com largos sorrisos, que os donos ficaram curiosos, qual o motivo da euforia.

Lino apenas piscou um olho para Lina e entraram balançando os rabinhos, batendo as patinhas e cantando uma música daquelas que falam da liberdade e de um mundo melhor na natureza. Os donos apenas balançaram as cabeças.   

Toninho

15/04/2024

Grato pela leitura.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Naquelas noites.

 


A BC_uma imagem em 140 caracteres na edição 540ª de nossa amiga Marina apesenta a imagem abaixo para o exercício de síntese no blog devaneiosedesvarios onde você pode participar e ler os amigos com links. Hoje apresento três versões.


Olhar I

Aquele dia que tudo vai mal,

pelos deuses parece esquecido,

na cabeça zumbido infernal,

socorre-me este comprimido. 


Olhar II

Quem sabe alivia minha dor,

pela insônia ainda assediado.

um antidepressivo por favor,

é a terceira noite apavorado.

 

Olhar III

Cuidado com antidepressivo,

Busque reencontrar a leveza,

antes que se torne um cativo,

como as algas na correnteza.

 

Toninho

12/04/2024

Grato pela leitura.


quarta-feira, 10 de abril de 2024

Quem muito floreia Florentino.

 


Brincando enquanto der é uma brincadeira da Chica com palavras ou expressões do Gauchês sempre na terça-feira no seu blog chicabrincadepoesia onde tem link de amigos. Confira e brinque. Abaixo da imagem minha participação.


Era festa de São João a cidade enfeitada com bandeirolas cobrindo as ruas de terra, bandeirinhas coloridas nas janelas das casas. É a maior festa do interior, sem floreio nordestino. Pode-se dizer, que é maior que a de Natal. A cidade se enfeita, é feriado estadual.

Foi numa festa desta que Florentino fogueteiro, especialista em fogos de artifícios, resolveu assumir com o prefeito a doação dos fogos como uma cortesia para a sua cidade natal. O prefeito espertalhão adorou a ideia e economia.

No dia 23 de junho véspera da Festa de São João, a cidade superlotada com gente da capital, que buscava divertir no famoso forró pé de serra feito com sanfona, zabumba e triangulo e um famoso cantor forrozeiro.

A noite a praça cheia de curiosos e ansiosos para verem a queima dos fogos. O prefeito chegou num cavalo marchador e subiu ao palanque no coreto. Com microfone falava baboseiras sobre a tradição da queima de fogos. Não poupou floreios aos fogos de Florêncio.

O prefeito convidou Florêncio para o palanque, sob palmas e gritos de vivas de um eloquente prefeito, que fez mais floreio deixando o rapaz acanhado na sua timidez. Florêncio agradecido fazia coraçãozinho para a plateia.

Inicia-se contagem regressiva, quando no zero Florêncio fez sinal ao fogueteiro, que pega um toco de pau da fogueira e coloca no estopim. Os olhares se voltaram para o homem. Nenhum foguete subiu e vieram vaias e gritos. O prefeito sorrateiramente subiu no cavalo e partiu. Florêncio envergonhado pegou seu carro e nunca mais voltou na sua cidade.

 

Toninho

09/04/2024

Grato pela leitura.


domingo, 7 de abril de 2024

Uma trova na imagem. Nº 14.

 


Umatrova na imagem é uma BC de nossa amiga Lúcia, que todos os domingos apresenta uma imagem para exercícios de trovas, mas pode ser quadras na sua leitura desta. Vamos lá no blog brincadeirasdepoetas para incentivar esta iniciativa. Abaixo as imagens e minha participação.


Trova I

Gargalheira por um triz.

Esperado o sangramento.

Ver toda gente feliz,

finda todo lamento.



Trova II

Inundado o Seridó

aguas da Gargalheira.

Romeiros de Caicó

oração à padroeira.

 


Toninho

07/04/2024

Grato pela leitura.






sexta-feira, 5 de abril de 2024

Uma bolsa verde.




Botando a cabeça para funcionar é a BC da Chica de todos os dias 5, 15 e 25, quando ela oferece uma imagem para inspirações livres na postagem ou nos comentários. Visite o blog chicabrincadepoesia e veja links de nossos amigos. Abaixo da imagem minha participação.

A morte deixa um rastro de tristeza, mas nos velórios antigamente tinha sempre aquela pessoa que contava piada e causos, era uma noite longa, mas entre risos e medos vindo daquela pessoa. A noite era regada a cachaça e muita comida e café. Em volta desta pessoa os presentes as vezes davam gargalhadas e havia sempre alguém pedindo mais respeito ao defunto ali numa cama.

JR era uma fiel presença nos velórios naquela vila de canto do mundo. Muitas vezes lá eu estava apesar do medo após visita. JR tinha muita fé religiosa e crença na vida além. Já o Pedrão alcoólatra nestes velórios encontrava farta cachaça, seu lema era choro no cadáver e enterra logo.

Certa vez num velório começou um zum, zum, zum danado, sobre as joias da defunta, guardada numa bolsa de pedras. JR vendo aquele falatório e disse para a turma, que no velório tem dois tipos de gente. Aquela que fica chorando o ente e aquela, que vasculha gavetas e baús por algo para guardar de lembranças, na realidade eram joias dinheiro e outras coisas de valor.

Naquela noite JR viu uma pessoa, sair sorrateiramente pelos fundos da casa com uma linda reluzente bolsa verde. Soubemos depois de algum tempo, que uma bolsa foi encontrada no quintal, já esburacada sem as pedras. Alguém afirmou que aquela bolsa tinha incrustada várias pedras de Esmeralda.

Morreu JR sem dizer o nome da pessoa, mas deixou um alerta, chore pelo seu defunto, mas fique de olhos bem abertos aos movimentos da casa.

 

Toninho

05/04/2024

Grato pela leitura.

Apenas uma inspiração personagens fictícios.

***************************

*************

Deixo aqui meus parabéns à querida Fernanda 

que aniversaria amanhã neste dia 6/04.

Força amiga e poesia em cada dia de sua vida no novo ciclo. 







domingo, 31 de março de 2024

Os dias não eram assim!

 



Sexta-feira da Paixão.

 

Não menino!

Os dias não eram assim!

Naquele outono inverno neste dia santo, o céu se cobria de um manto escuro e o Sol fugia para outras paragens. Os dias eram tristes, um roxo cobria as imagens dos santos, que tanto me encantavam na perfeição. Era a Semana das Dores.

De manhã era só um cafezinho, o jejum obrigatório até a ceia do almoço. Brincar era proibido. Orações preenchiam o dia. Na vitrola um disco contava a trajetória do menino Deus com vida, sofrimento e morte entre dois ladrões. O menino sofria contrito incorporava a história ouvindo as chibatadas dos soldados.

A gente pobre da vila operária tinha mesa farta de iguarias neste dia. O bacalhau, era coisa de pobre e estava presente nas panelas de ferro e de pedra.  Havia a tradição da goiabada com queijo, farinha de amendoins, doce de batata doce. O fim do jejum era após uma oração de agradecimento, que o pai rezava numa cabeceira da mesa.

Os dias eram assim mesmo, fúnebres e chuvosos quase sempre. Mas havia a de ouvir o disco, quando os discípulos em visita ao túmulo, não encontram Cristo e saem gritando, que Jesus ressuscitara e voltara aos braços do Pai. A gente sentia a felicidade e automaticamente fazia o sinal da cruz.

É, os dias não eram assim com este sol incandescente, que vem dourando tudo como uma bola de fogo desprendida do inferno.

Não, não eram assim.

 

Toninho

29/03/2024.

Grato pela leitura

Inspiração ao amanhecer desta Sexta-feira 29/03

e ver lindo Sol e as pessoas indo para a praia.